quinta-feira, 22 de agosto de 2013

COMEÇO

 
 
            Por onde começar, eis a questão! Eu nasci e morei em São Paulo de 1991 a 2013, ano em que me mudei para Pereiro – CE. Minha vida nunca foi ótima, passei por diversos cursos profissionalizantes e não me estabeleci em um emprego. Tentei os cursos de Design de Interiores, onde tomei gosto pelo desenho técnico, pela organização prática e pela arquitetura no geral, guardando ótimas lembranças da época. Infelizmente, o custo dos materiais de desenho era um pouco demais para o bolso de um recém formado no ensino médio, sem trabalho e nenhum dinheiro.
 
            Passado alguns meses, passei novamente em segundo lugar no vestibulinho para técnico em administração na mesma escola técnica (são apenas cerca de 200 inscrições por curso e muitos sequer aparecem no dia da prova, nada muito difícil). Na época pensei que era o melhor a fazer, por isso entrei no curso de administração. Com ele acabei aprendendo um pouco sobre empreendimentos, mais por minha conta do que pelo conteúdo apresentado, pois acabei desistindo do curso no fim do primeiro semestre. No final do mesmo ano que entrei para administração, o governo me ofereceu um cursinho básico com bolsa para informática. Pouco antes de receber o telegrama, meu próprio computador, dado a mim por um tio, havia parado de funcionar. Achei engraçada a coincidência da falha do computador com a área do curso, o que para mim foi ótimo. Com apenas três meses de curso, finalmente pude terminar um cursinho, mesmo que básico, do começo ao fim. Um alívio e tanto para alguém sem esperanças.
 
            Em 2011, encontrei nas páginas amarelas um curso também básico em marcenaria, uma oportunidade perfeita para quem havia feito um curso (ou parte dele) em Design de Interiores. Nele aprendi na prática como fazer móveis, tento executado um projeto em grupo da projeção e construção de móveis do circo-escola (local do curso), como também na execução dos projetos de uma mesinha de centro feita a partir de caibros de madeira com tampo em MDF, e de uma raque bem espaçosa daquela para home theater. Um curso que deixará saudades. Logo após este curso, continuei frequentando o circo-escola, fazendo artesanatos, como crochê, tricô e biscuit. Não continuei por muito tempo, pois o pessoal que frequentava as aulas também participava de outras atividades no posto de saúde (não tenho certeza se era isso mesmo) fazendo artesanato. Acabei ficando sozinho um dia e não fui mais. Haviam surgido entrevistas para trabalhar de marceneiro na região em que eu morava e posteriormente eu iria começar um período de experiência numa marcenaria na região do Jaraguá, mais precisamente próximo ao parque que leva ao pico do Jaraguá, o ponto mais alto da cidade de São Paulo. Infelizmente, o trabalho não deu muito certo pra mim, me esforcei demais no primeiro dia e acabei ficando cheio de dores musculares por não ter o hábito de mexer muito com objetos pesados e esforço consecutivo. Fui apenas um dia e ainda penso naquele lugar, daquele momento em que tive meu primeiro dia de trabalho que consegui por mérito meu.
 
            Eu já havia trabalhado com meus tios em suas lojas na região da Santa Ifigênia, no centro de São Paulo. No começo era apenas aos sábados, dia de maior movimento, e depois passaria a trabalhar após o horário da escola e durante as férias. Confesso que não era o melhor trabalho pra mim, sou tímido em ansioso, o que, para um vendedor de eletrônicos e baterias, não era uma vantagem. Desisti do trabalho, sem dizer nada, duas vezes. Às vezes você simplesmente se engana com a vida e pensa que tudo está certo, mas acho que eu teria feito diferente, ao menos, teria poupado um dinheirinho com minhas atuais noções de finanças e feito uma poupança. Talvez eu tivesse dinheiro para terminar o curso de Design de Interiores, talvez eu tivesse conseguido algum emprego, talvez eu ainda estivesse em São Paulo agora... Contudo, eu era jovem demais, não sabia bem o que deveria fazer, preferia me esconder do mundo a ter que sair de casa. Agora eu vejo, vejo que sem dinheiro poderia estar morrendo de fome, largado em alguma esquina de São Paulo, sem nenhuma esperança e sentindo a plena insensibilidade da vida urbana.
 
            Em 2012 meu irmão caçula comprou um computador com o dinheiro que ele juntou com seu trabalho, o mesmo que eu tinha antes com meus tios; e minha irmã, mais nova que eu, colocou internet em casa. Fiquei muito feliz com tudo isso, um computador e internet é tudo o que eu mais queria: um meio de trabalhar com meu próprio intelecto e tentar conseguir algum dinheiro produzindo meu próprio conteúdo. Tentei. Tentei. Tentei. Não foi o suficiente, eu não sou o tipo de pessoa certa para se entrosar com as pessoas, para chamar a atenção e conseguir visualizações. Tenho orgulho de ter conseguido pouco menos de U$3 no blog Bar Toca dos Gatos com o passar do ano. É pouco, provavelmente eu nunca veja esse dinheiro, mas eu o consegui escrevendo histórias de meu próprio cunho, ajudando outras pessoas com suas histórias, conhecendo escritores e outros aspirantes a escritor, um momento magnífico na minha humilde vida. Boa parte de tudo o que escrevi no blog Bar Toca dos Gatos se deve ao livro: Crônicas dos Senhores de Castelo – O Poder Verdadeiro (que faço questão de que esteja sempre ao meu lado), e aos seus escritores, os brasileiríssimos G. Brasman e G. Norris! Com eles conheci o infinito do multiverso e todo o seu incrível potencial, muito usado por mim, apesar da história ter ainda mais quatro livros. O livro dois, Efeito Manticore, me foi dado por um amigo de escola que há muito tempo eu não via (também fazendo questão de que ele esteja sempre comigo) e o livro três possui um pontinha de referência a mim e o árduo trabalho de aumentar e expandir o multiverso. Tem como não ser grato? No entanto, talvez eu nunca veja o livro três ou os outros da série, ou mesmo qualquer outro livro novo...
 
            Em Julho de 2013 me mudei, definitivamente, para Pereiro, interior do Ceará, uma cidade pequena, com um centro urbano razoável para subsistência e que vive principalmente do que colhe no campo ou do que os aposentados conseguem com a renda da aposentadoria. Nesta cidade, estou morando no sítio de minha falecida avó, mais conhecida como Dona Lô, e, por meio dele, conhecerei e explorarei essa nova vida baseada no cultivo e na criação de galináceos. Tentarei mostrar as dificuldades pelas quais vou passar, procurando sempre trazer algo novo ou alguma curiosidade acerca desse mundo, que podem ser conferidas nos marcadores da barra lateral e, claro, trazendo um pouco de literatura, puxando a veia de meu antigo blog.
 
 
 
            Espero ter conseguido esclarecer um pouco o que tenho vivido, pelo que passei e os motivos pelos quais estou escrevendo esse blog, reunindo todas as áreas de meu interesse.
 
            Não se esqueça de participar do blog!

 

 

Por Victório Anthony,

OBRIGADO POR LER.

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