sexta-feira, 20 de setembro de 2013

MINICONTO: A PEQUENA BRUXINHA

A PEQUENA BRUXINHA



Escrito por: Dominus Salomon Lee
Revisto e editado por: Victório Anthony

            A porta abriu-se bruscamente. A mãe, que lia concentrada um livro no sofá, assustou-se. Sua filha adentrou a casa correndo, fechando a porta atrás de si e largando a mochila em um canto da sala. Chorando apressou-se direto para os braços da mãe:

            — O que foi filha? O que aconteceu?! — perguntou a mãe envolvendo a filha em um abraço consolador.


            A pequena ainda com o rosto afundado no peito da mãe, respondeu:

            — Mãe, lembra-se do feitiço de explodir as coisas que você me ensinou?!

            A mãe fez uma pequena pausa lembrando-se do truque que tentara ensinar a filha há alguns dias. A aula era sobre explodir objetos com um simples estalar de dedos. Sua filha, porém, não era boa aluna.


            — Sim, eu me lembro... Tudo o que você deveria fazer era se concentrar naquilo que queria explodir e estalar os dedos. Muito simples.




            — Não tão simples assim!— disse a filha levantando o rosto para olhar nos olhos da mãe.

            Seus olhos agora expressavam indignação e raiva, deixando sua mãe perplexa. Logo a pequena prosseguiu:

            — Hoje, no ônibus escolar, depois das aulas, uma menina estava ouvindo música no celular sentada bem do meu lado. Aquela maldita... Além da musica estar irritantemente muito alta, era horrível! Ela tinha um péssimo gosto! Havia também varias outras meninas ouvindo música alta no celular. Era insuportável... Eu ia enlouquecer!

            — Acho que agora entendi, você explodiu o celular dela sem querer com o feitiço que lhe ensinei, foi isso?! — indagou a mãe pondo a filha sentada sobre o colo.

            A garota novamente afundou o rosto no peito da mãe tentando conter as lágrimas que lhe molhavam o rosto. E respondeu, soluçando:

            — Era essa minha intenção...

            — Afinal filha, o que foi que aconteceu?!

            — Quando estalei os dedos tentando me concentrar no celular barulhento dela, as meninas... Eu não queria mãe, eu juro que não queria... — aflita, a mãe ficou em silêncio, esperando o que ela queria dizer.


            Após longos segundos, a menina confessou:

            — Não foi o celular que explodiu... Foram as cabeças...


 ...

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